Dos votos para a eternidade: noivo e noiva por Beatriz Barata
O casamento é, desde tempos antigos, um dos rituais mais emblemáticos da humanidade. Mais do que uma celebração social, ele representa a união de duas almas que escolhem caminhar lado a lado, compartilhando sonhos, desafios e esperanças. Em “Dos votos para a eternidade”, Beatriz Barata mergulha na essência desse compromisso, revelando que o amor verdadeiro é construído não apenas no instante do “sim”, mas em todos os dias que seguem o eco dessa promessa.
A autora apresenta o noivo e a noiva como dois protagonistas que, embora distintos, se unem pela complementaridade. O noivo simboliza a ação, o impulso, a proteção — aquele que estende a mão e oferece segurança. A noiva, por sua vez, representa a delicadeza, a esperança e a renovação — o coração que acolhe e transforma. Juntos, eles formam um equilíbrio que transcende o tempo, pois o casamento, para Beatriz Barata, é mais do que um contrato ou uma cerimônia; é uma construção espiritual, uma escolha contínua de amor e entrega.
O momento dos votos é, talvez, o ponto mais intenso e simbólico dessa jornada. É ali que as palavras ganham um peso eterno, pois carregam a essência da promessa feita diante da vida e, muitas vezes, da fé. Beatriz descreve com maestria como cada olhar, cada gesto, cada palavra dita em voz trêmula carrega séculos de tradição e séculos de emoção humana. O “prometo ser fiel” e o “na saúde e na doença” ganham um sentido profundo, que vai além das palavras — são compromissos de alma, gravados na eternidade do sentimento.
Mas a autora também reconhece que o amor, por mais idealizado que seja, é feito de imperfeições. Ela destaca que o casamento não é apenas feito de flores e promessas, mas também de desafios diários — o respeito, a paciência, o perdão e a capacidade de crescer juntos. É no cotidiano, entre risadas e silêncios, que o verdadeiro significado dos votos se manifesta. O amor que resiste ao tempo é aquele que sabe se reinventar sem perder a essência.
Em “Dos votos para a eternidade”, Beatriz Barata também celebra a beleza dos rituais e da simbologia. O véu, o anel, o altar — cada elemento é apresentado como um elo entre o sagrado e o humano. O anel, em especial, é visto como o símbolo mais puro da eternidade: um círculo sem fim que representa a continuidade do amor e a ligação infinita entre duas almas. O altar, por sua vez, não é apenas o lugar onde o casal se une, mas um portal entre o passado e o futuro, onde as histórias familiares se cruzam e novos capítulos começam a ser escritos.
O texto é marcado por uma linguagem poética e sensível, que transforma a cerimônia em uma experiência quase transcendental. Beatriz Barata não escreve apenas sobre o casamento, mas sobre o poder do amor em sua forma mais pura e espiritual. O noivo e a noiva não são apenas duas pessoas — são metáforas da humanidade em busca de plenitude, da alma que encontra em outra o seu espelho e o seu lar.
Ao final, “Dos votos para a eternidade” é uma celebração daquilo que resiste ao tempo: o amor que escolhe permanecer. Para Beatriz Barata, o casamento é mais do que um destino — é uma promessa viva, renovada a cada amanhecer, onde o noivo e a noiva continuam dizendo “sim” um ao outro, não apenas com palavras, mas com gestos, com olhares e com o simples ato de permanecerem juntos, de mãos dadas, diante da eternidade.
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